Possibilitando trabalho remoto em período de Corona Vírus

Nesse período em que muitos colaboradores estão sendo movidos para remote office, que soluções podem ser adotadas rapidamente para isso?

Cenário 1 – Uso de VPN

A primeira solução é o uso de VPNs, onde o colaborador irá acessar de sua casa o ambiente de rede da empresa via internet.

Quais as vantagens?
Esse método é bem interessante por ser rápido de implementar, em geral no firewall que a  empresa já utiliza. O usuário poderá acessar seus e-mails, servidores e aplicações como se estivesse fisicamente dentro da empresa, usando seu computador pessoal. Como utiliza um produto já existente na maioria dos ambiente, o custo é mínimo para habilitar no firewall e muitos fabricantes basta habilitar.

Quais as desvantagens?
O maior risco no uso de VPNs é a falta de segurança advindo de  conexões externas diretas, de equipamentos desconhecidos. Por exemplo, imagine que a maquina do colaborador é a mesma que ele baixa conteúdos da internet, joguinhos e outros. Que garantia eu tenho que não entrará um worm ou vírus por essa conexão? Nenhuma.

Quais soluções posso usar para complementar a segurança?
NAC
(Network Access Control) são protocolos e proteções instaladas no firewall que ao tentar se conectar um script é executado no equipamento remoto para validar se ele tem anti-virus valido, atualizações de sistema operacional, etc por meio de uma regra NPS (Network Policy Service/Server). Porem, os NPSs costumam ser limitados no que podem checar e ai é quando precisamos instalar um agente antecipadamente e só validam no momento de entrada na rede sem validar configurações que possam ser alteradas ou permitam que o equipamento fique desprotegido.
Já a solução de MDM no portfólio de Microsoft é o Microsoft Intune que agora se chama Microsoft Endpoint Management Service por ter se juntado ao SCCM (System Center Configuration Manager).
O Intune é uma solução em nuvem com funções similares ao SCCM, mas com módulos para dispositivos como telefone e tablets. Ele permite que o administrador crie regras de validação para serem aplicadas na máquina do usuário a partir do software de monitoramento e essas regras podem envolver:

• Atualizações de sistema operacional
• Instalação de aplicações corporativas automaticamente
• Regras de Compliance como obrigatoriedade e tipo de senha, uso de recursos compartilhados entre diferentes ambientes no mobile (KNOX e Apple Secure)

• Restrição a troca de informações entre aplicativos classificados como corporativos (copiar e colar)
• Diversas outras regras que variam entre Android, iOS, MAC e Windows
Se integram com vários modelos de NAC físicos

Cenário 2 – Uso de PaaS e SaaS para aplicações de trabalho

Muito conhecido como Modern Workplace essas soluções no portfolio de Microsoft estão no Microsoft Office 365.
Vendidos em pacotes individuais de serviços, pacote Business (até 300) e enterprise (Office 365 e Microsoft 365) possibilitam que um colaborador trabalhe remoto sem qualquer tipo de acesso a rede interna.

Quais as vantagens?
Por terem diferentes modelos de aquisição contratual (CSP por demanda, MPSA e EA com preços fixados) é acessível a todos os clientes.
A segurança dos dados é maior pois o usuário acessa arquivos e email diretamente da Microsoft por meio da internet comum e não tem acesso aos servidores internos da empresa. Por ser um modelo de serviços em nuvem, não precisa de instalações, servidores e infraestrutura local além do TCO de manutenção e operação desses serviços.
Bem, não precisamos falar muito porque hoje já é consolidado o modelo de PasS e SaaS com Exchange, Teams, SharePoint, OneDrive e outros produtos da suíte.

Quais as desvantagens?
Existem poucos pontos negativos, já que aqui estamos tratando de serviços essenciais (email, mensageria, áudio e vídeo conferencia, troca de arquivos). Mas o acesso irrestrito dos dados sem a facilidade de criar regras de segurança que temos com ACL em um servidor de arquivos físicos assusta muita gente... Uma vez que os arquivos estão na nuvem e acessíveis de qualquer lugar e dispositivo como evitar o acesso indevido?

Quais as soluções que protegem o meu conteúdo?
Nesse ponto é que as coisas ficam mais fáceis! No modelo de PaaS e SaaS do Office 365 temos pacotes de segurança disponíveis para qualquer uma das opções tanto contratuais como tipo de pacote:

• Criptografar, categorizar e identificar conteúdo protegido temos o AIP (Azure Information Protection) que é o antigo RMS do Windows, agora em nuvem, que pode identificar por exemplo que um usuários está passando CPFs e Passaportes para outras pessoas dentro ou fora da empresa
• Detectar atividades suspeitas temos o ATP (Azure Advanced Threat Protection) que analisa a atividade no AD local e em nuvem

• Com o CASB (Cloud App Security) Fazer detecções avançadas de uso, integrando aplicações de terceiros e identificando possíveis violações e problemas como logins em diferentes localidades simultâneas ou em deslocamentos impossíveis (chile e Australia em menos de 2 horas por exemplo)
Permitir a criação de regras de acesso e login (similar ao NAC) com o AD Premium, que também possibilita relatórios detalhados de atividades

Esses recursos citados são os que cobririam a segurança do acesso aos dados da empresa em qualquer dispositivo!

Cenário 3 – Virtual Desktop

Solução já muito conhecida, pode ser implementada em modelo de acesso direto a aplicativos a partir de servidores (RDS) ou maquinas virtuais independentes para os usuários (VDI).

Quais as vantagens?
Nada está fora da empresa, não existe troca de dados via internet.
Nesse modelo, os dados são acessados de dentro da empresa, uma vez que o usuário irá ver a tela do servidor ou de sua VM pessoal que está na infraestrutura e rede da corporação.
Então o acesso aos dados é muito controlado e 100% similar ao que o colaborador estaria vendo e fazendo sentado na sua mesa de escritório.

Quais as desvantagens?
Custo, tanto de equipamentos quanto licenciamento.
Para montar uma estrutura de RDS (Remote Desktop Service) é possível usar direto o Windows Server e ter um custo bem mais atrativo ou soluções como VMWare Horizon e Citrix.
Já para a solução de VDI (Virtual Desktop Infrastructure) temos um alto custo, já que para cada usuário logado é necessário ter uma VM Windows 10 ativada.
Sendo assim, se houver 200 usuários remotos será necessário ter 200 VMs ativas em servidores físicos, que acabando o surto deixariam de ser necessárias.

Quais alternativas para a falta de Hardware nesse momento de isolamento?
A Microsoft possui um serviço chamado WVD (Windows Virtual Desktop) que é um VDI hospedado, com a vantagem de ser escalável podendo ir de 1 a 25.000 VMs em minutos! Esse serviço é aberto a todos os clientes por meio de uma conta no Azure e o licenciamento de Windows Enterprise com SA ou Windows E3 que é subscrição.
Usuários que já tem o Microsoft 365 (exceto F1) já estão habilitados, uma vez que o M365 E3 e E5 incluem o licenciamento de Windows Enterprise.
E para os que não tem, pode fazer a subscrição de licenças Windows E3 no modelo CSP mensal, onde irá pagar apenas pelo que ativar de WVDs.

Azure Sentinel - Conheça esse novo produto de segurança agora disponível

O Azure Sentinel já estava em Preview a algum tempo (desde março) mas já se mostrava um produto bem interessante https://azure.microsoft.com/pt-br/blog/azure-sentinel-general-availability-a-modern-siem-reimagined-in-the-cloud/?wt.mc_id=4029139

Sua função é analisar os dados coletados pelo Log Analytics e gerar dashboards, reports e alertas customizados com base no Machine Learning.

Nesse primeiro post vamos falar da configuração inicial do Sentinel e seu custo.

Nota: Em um segundo artigo falaremos dos Incidentes (casos), Busca, Notebook, Analise e Guias Estratégicos.

Como Habilitar o Azure Sentinel

Para criar uma instancia do Sentinel é necessário ter o Log Analytics (antigo OMS) habilitado e executando. Se você não o conhece, pode ver o que já abordamos anteriormente em http://www.marcelosincic.com.br/post/Operations-Management-System-(OMS)-agora-e-Azure-Log-Insights.aspx

Não é necessário fazer toda a configuração do Log Analytics, dependerá do que você irá analisar. Por exemplo se analisar DNS mas usa o Azure DNS, Office 365, Azure Activity e outros recursos que já fazem parte do Azure os dados são analisados sem a necessidade de agentes.

Por outro lado se for analisar threats de segurança em geral, login e logoff de AD e segurança de ambiente é necessário ter o agente instalado no Windows ou Linux para coleta dos dados de log.

Uma vez criado o workspace do Log Analytics já é possivel fazer o vinculo.

Sentinel

Com o workspace aberto já é possivel ter um overview dos dados coletados, nada muito sofisticado mas o suficiente para acompanhar o que está sendo analisado

2-visao geral

Ao clicar em qualquer um dos itens resumidos pode-se abrir o log do que gerou os alertas ou anomalias

3-Detalhes

Como Definir o Que Será Analisado

No console do Sentinel é possivel ver a aba “Conectores” onde temos diversos conectores já criados e disponiveis, alguns como preview e indicados quais já foram vinculados.

4-Conectores

Veja no ultimo item que a cada diferente conector o custo passa a ser vigente, ou seja conforme o numero ou tipo de conector haverá a cobrança do processamento dos dados.

Para cada conector é necessário abrir a pasta de trabalho e configurar a conexão, por exemplo se for Azure indicar a subscrição e se for Office 365 o usuário para logar e capturar os dados. Como cada um dos conectores tem wizard é um processo bem simples de ser realizado.

Consumindo os Reports e Dashboards

Na aba do Sentinel veja a opção “Pastas de Trabalho” onde podemos escolher quais os dashboards que queremos deixar disponiveis ou criar os seus próprio.

Por exemplo se eu clicar no conector de Exchange Online posso exibir ou salvar a pasta de trabalho com os seus reports já prontos.

5-Pastas de trabalho

No caso acima veja que a opção de Salvar não aparece e sim a Excluir, uma vez que já salvei anteriormente como um dos dashboards (pasta de trabalho) mais utilizados.

Ao clicar em Exibir podemos ver os detalhes do dashboard de analise de Identidade que fornece informações de login e segurança do meu ambiente

6-Minha Pasta-1

6-Minha Pasta-2

6-Minha Pasta-3

6-Minha Pasta-4

O nivel e detalhamento dos dados nos fornece uma visão real do que está acontecendo em determinado item de segurança conectado.

Compartilhando e Acessando os Reports (Dashboards)

Na mesma aba de “Pastas de Trabalho” mude para “Minhas pastas de trabalho” e poderá ver os que já salvou anteriormente ou customizou.

Neste exemplo já estão salvos 7 pastas (1 é customizada) com 31 modelos. As pastas são customizadas ou as já importadas dos modelos, enquanto o numero de “31 modelos” é porque um mesmo grupo de conectores tem mais de uma pasta, como é o caso do Office 365 que tem um conjunto de 3 diferentes reports.

7-Pastas de trabalho-Salvas

Ao acessar um dos reports é possivel ver o botão “Compartilhar” onde podemos gerar um link e enviar a outros ou utilizar para acesso fácil

8-Compartilhar

Já para “pinar” ou fixar no painel inicial do portal do Azure um atalho utilize o icone de pasta na tela de preview e a opção “Fixar no painel” como abaixo

9-Pinar

Quanto Custo o Azure Sentinel

Sabemos que os recursos de Azure são em sua maioria cobrados e o Azure Sentinel já tem seu valor divulgado em https://azure.microsoft.com/pt-br/pricing/details/azure-sentinel/

A primeira opção é adquirir em pacotes de 100 a 500GB por dia em modelo antecipado iniciando ao custo de $200/dia. Claro que o modelo antecipado é mais barato, mas só é útil se você consumir 100GB por dia, o que daria $7200/mês.

A segunda opção e util para quem irá analisar menos de 100GB por dia é o modelo de pagamento pós-uso ou por consumo ao valor de $4 por GB analisado.

Para saber o quanto está sendo analisado, veja a segunda imagem nesse artigo onde temos o total de dados “ingeridos”.

Importante: Se você coletar dados do Log Analytics o valor deve ser somado, já que o Log Analytics é uma solução independente.

Instancia Reservada no Azure–Mudanças Importantes

A algum tempo que já temos disponivel o recurso de comprar antecipadamente uma instância de maquina virtual, chamado de Reserved Instance.

Basicamente o processo se mantem (http://www.marcelosincic.com.br/post/Reducao-de-Custos-com-Azure-Reserved-Instance.aspx) mas temos algumas novidades e alertas:

  1. Alteração do tipo de VM
  2. Outros recursos que podem ser reservados
  3. Mudança na forma de cobrança
  4. O que não está incluido em uma reserva

Possibilidade de Alteração da Instância (perfil de VM)

Essa mudança é importante, pois na primeira versão (link acima) não era possivel mudar o tipo de VM.

O processo para mudar era pedir o reembolso da instância já paga (lembrar que existia um penalty) e refazer com outro tipo de VM da mesma familia, como por exemplo de D2 para D4.

Para isso basta utilizar o botão Exchange em uma reserva e será possivel escolher o novo tipo de VM como abaixo sem o penalty dos aproximadamente 12% do cancelamento.

image

Porem, obviamente que o custo de uma D2 é diferente de uma D4 e para isso temos uma tabela que pode ser usada no calculo para saber o valor da diferença que será pago quando trocar entre os tipos de VM em https://docs.microsoft.com/en-us/azure/virtual-machines/windows/reserved-vm-instance-size-flexibility?wt.mc_id=4029139 

Outros Tipos de Recursos Alem das VMs

Na versão inicial as RIs eram apenas VMs, mas agora é possivel fazer com diversos tipos de serviços. Atualmente segue a lista dos que são suportados:  

  • Reserved Virtual Machine Instance
  • Azure Cosmos DB reserved capacity
  • SQL Database reserved vCore
  • SQL Data Warehouse
  • App Service stamp fee

Essa lista é alterada conforme novos recursos podem ser agregados e está disponivel em https://docs.microsoft.com/en-us/azure/billing/billing-save-compute-costs-reservations?wt.mc_id=4029139

Importante: Veja o tópico abaixo sobre o que é incluido ou não no RI.

Forma de Pagamento Mensal

Até 8/Setembro/19 só era possivel o pagamento antecipado a partir de créditos do Enterprise Agreeement ou pagamento em cartão de crédito.

Agora é possivel o pagamento mensal, ou seja todos os meses irá consumir o valor com desconto igual ao anual como se fosse uma subscrição mensal e não anual. O melhor para entender é que o compromisso continua anual, mas pago mensal ao invés de upfront.

As outras regras continuam as mesmas, penalty em caso de cancelamento, mudança do tipo de VM ou serviço, etc.

Para os que já tem reservas será necessário aguardar o prazo da compra, uma vez que foi pago antecipado e por isso haveria a cobrança da taxa de cancelamento.

https://docs.microsoft.com/en-us/azure/billing/billing-monthly-payments-reservations?wt.mc_id=4029139

Importante: O pagamento mensal não mudou a forma de reserva ser anual, ou seja haverá o penalty em caso de cancelamento.

Recursos Cobrados em Separado

Uma confusão muito comum nos clientes que compraram RIs é o fato de continuar havendo outras cobranças para as VMs e recursos aparecendo em seus extratos.

O que precisa estar claro é que reservas se referem apenas aos recursos computacionais e não os recursos agregados como licenças, armazenamento e trafego de rede.

Por exemplo, no tipo de reserva para VMs que são as mais comum:

  • Incluido no RI: CPU, memória e alocação
  • Não incluido no RI: Armazenamento (storage), tráfego de rede (network) e licenciamento do SO se não foi utilizado o AHUB

O motivo é que estes recursos não incluidos fazem parte da subscrição e são compartilhados ou opcionais (como é o caso da licença do Windows ou SQL) e não haveria como limitar ao uso apenas daquelas reservas especificas, alem de serem voláteis diferente do tipo de uma VM por exemplo.

Conclusão

Com os novos recursos que podem ser reservados, flexibilidade na alteração, a nova forma de cobrança e o entendimento correto pode-se gerar uma economia substancial para aqueles que migraram serviços.